quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eficiência energética contribui para a economia de indústrias e residências

Muito se fala em eficiência energética, sempre confundida com o termo "racionamento de energia". As duas coisas são bem diferentes.
A primeira se refere à utilização da energia sem desperdício, já a segunda tem apenas uma explicação: o desligamento de aparelhos para não gastar mais do que o previsto. E, nos dias atuais, sem que percebam, a eficiência energética está cada vez mais inserida na vida dos consumidores.

O engenheiro eletricista, especialista em Eficiência Energética na Indústria, Daniel Damin, que faz parte da Sudenge (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná) e inspetor do CREA-PR de Francisco Beltrão, explica que as pessoas, ao adquirirem um eletrodoméstico, podem comparar os produtos pela etiqueta que informa o seu nível de eficiência e seu consumo. “No entanto, as grandes oportunidades ainda se concentram no campo industrial, onde estão instalados os maiores consumidores de energia. Qualquer projeto de economia mostra grandes resultados. Mas a eficiência energética pode também ser utilizada nas residências, em ações simples como substituir as lâmpadas incandescentes por fluorescentes”, aconselha.

Damin destaca que a eficiência energética não condiz somente com energia elétrica, e sim, com todas as formas de energia. “Existe grande correlação entre eficiência energética e energia térmica. Por exemplo, você adquire um equipamento ultramoderno para aquecimento de água, mas a tubulação está deteriorada. Toda a eficiência conseguida no equipamento se perde no caminho”.

Vantagens
O maior benefício do processo é o ganho material sem abrir mão do uso da energia. Na área industrial é onde a vantagem é mais destacada, pois gera resultados positivos, tanto no desenvolvimento do empreendimento como na diferenciação com a concorrência. “Nos grandes projetos os profissionais envolvidos já estão viabilizando o uso de novas tecnologias que propiciam um menor consumo”, destaca o engenheiro.

Damin comenta que ainda não existe uma regulamentação sobre o uso de energia eficiente, mas praticamente todos os fabricantes de equipamentos estão buscando recursos que tornem os seus produtos mais econômicos. “Eu acredito que dentro de pouco tempo o governo deva lançar medidas promovendo somente a utilização de equipamentos eficientes. O governo criou uma regulamentação para melhorar a eficiência dos automóveis, visando equiparar os produtos nacionais dos importados. Então por que não regulamentar os requisitos mínimos de equipamentos elétricos?”, questiona.

Na região
No Sudoeste do Paraná, região onde o profissional atua, Damin ressalta que a procura pela eficiência energética vem aumentando aos poucos, à medida que notícias são divulgadas. O que desanima muitos consumidores é que a tecnologia ainda é um pouco mais cara. “Já temos conseguido utilizar equipamentos eficientes em indústrias da nossa região, principalmente, em novas instalações. Temos casos de instalação de grandes motores que, apesar do investimento inicial na automação do sistema ter sido quatro vezes maior que o investimento sem automação, o retorno dessa diferença ocorreu em apenas 14 meses”.

Para o engenheiro, tudo é apenas uma questão de tempo. Em breve essa tecnologia diminuirá o seu custo inicial e passará a ser produzida em larga escala. “O propósito é utilizar a energia de forma correta, sem desperdícios, sem racionar a sua utilização. Com isso, o consumidor tem economia real”, comenta.

Fonte: Voltimum

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Aterramento e equipotencialização das instalações elétricas de BT

A edição de 2004 da NBR 5410 apresentou uma novidade no sentido de tornar mais precisa a terminologia no campo do aterramento.

Nas edições anteriores da norma o termo aterramento foi usado com o sentido de equipotencialização, por exemplo, quando se dizia “aterrar um equipamento” se referia ligar o condutor de proteção (fio terra) neste equipamento. O condutor de proteção não está ligado diretamente ao eletrodo de aterramento, mas está ligado no barramento de terra do quadro de distribuição, que por sua vez pode não estar ligado diretamente ao eletrodo de aterramento, mas ao barramento de terra de um quadro intermediário, que por sua vez também pode não estar ligado ao eletrodo de aterramento, mas ao barramento de terra de outro quadro, até que finalmente o barramento de terra de um quadro esteja ligado ao eletrodo de aterramento. O que se tem é uma rede de equipotencialização, aterrada, mas ainda assim uma rede de equipotencialização. A edição de 2004 passou a designar a ligação do condutor de proteção ao equipamento com o termo equipotencialização, deixando o termo aterramento exclusivamente para a ligação ao eletrodo de aterramento, ou seja, a ligação direta à terra de componentes da instalação ou equipamentos.
 
A definição de equipotencialização segundo a NBR 5410 é o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Por extensão, a própria rede de elementos interligados resultante. A equipotencialização pode ser principal ou local (esta ainda pode ser denominada suplementar); diz-se que uma equipotencialização é local quando os elementos interligados estão em uma determinada região (local) da edificação e que uma equipotencialização é principal quando interliga os elementos de toda a edificação.
 
Como a primeira condição para se realizar uma equipotencialização o item 5.1.2.2.3.1 da norma determina que todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. Para que a medida seja eficaz a norma precisa definir a forma de interligação dos condutores de proteção, então os item seguintes determinam que em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal e tantas equipotencializações locais (ou suplementares) quantas forem necessárias. Veja que a norma determina a obrigação da equipotencialização principal, mas existência da equipotencialização local não está definida nos critérios gerais, mas no capítulo 9 da norma, e nos demais casos, fica a critério do projetista. Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar vinculadas (via condutor de proteção) à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de equipotencializações locais que se façam necessárias, pela exigência do capítulo 9 ou por decisão do projetista.
 
 
 
 
A figura acima representa uma equipotencialização no interior de uma edificação, com os seus principais componentes:
  • o eletrodo de aterramento,
  • o condutor de aterramento (1),
  • o barramento de equipotencialização principal – BEP,
  • as ligações equipotenciais (2),
  • as ligações equipotenciais locais (5)
  • o condutor de proteção principal (3),
  • os condutores de proteção dos circuitos(4)
  • os barramentos de equipotencialização local (b)
  • os elementos condutores estranhos a instalação (c)
  • o terminal de aterramento de telecomunicações - TAT.
 O objetivo da equipotencialização da NBR 5410 é obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados, no caso da figura acima a edificação é de uso normal; quando a edificação tiver equipamento com tecnologia de informação pode ser necessária uma rede de equipotencialização mais elaborada.
 
FONTE: VOLTIMUM

Eletrodos de aterramento de uma edificação

Uma inovação na edição de 2004 da NBR 5410 quanto ao eletrodo de aterramento é a vinculação do eletrodo de aterramento à edificação e não à instalação.

Com esta nova abordagem não se tem eletrodo de aterramento da instalação de BT ou eletrodo de aterramento do SPDA, mas eletrodo de aterramento da edificação. A norma foi mais além, definiu o eletrodo de aterramento como infraestrutura da edificação; o sentido do termo infraestrutura deve ser entendido como serviço. O eletrodo como um serviço de aterramento da edificação para as diversas instalações.
 
No item 6.4.1.1.1 a norma apresenta todas as possibilidades de se implementar um eletrodo de aterramento, quando determina que toda edificação deve dispor de uma infraestrutura de aterramento, denominada “eletrodo de aterramento”, sendo admitidas as seguintes opções:
a) preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das fundações; ou
b) uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no concreto das fundações; ou
c) uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área da edificação e complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés de galinha”); ou
d) no mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da edificação e complementado, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos radialmente (“pés de galinha”).


A própria norma reconhece que existem situações que são exceções, é verdade, onde a adoção de qualquer das opções indicadas acima é impraticável. São exemplos destas situações: instalações temporárias; instalações em áreas descobertas, locais de acampamento, marinas e instalações análogas; e na reforma de instalações de edificações existentes. Nestas situações, e somente nestas situações, outras soluções de aterramento são admitidas. As soluções a serem adotadas nestes casos são determinadas pelo projetista, visando obter uma situação que melhor se adeque ao eletrodo de aterramento preconizado.

Ainda no contexto do eletrodo de aterramento com a infraestrutura da edificação a norma de instalações elétricas explicita que estas opções de eletrodos de aterramento são também reconhecidas pela ABNT NBR 5419 (isto pode ser verificando confrontando as especificações das duas normas), e ainda, que elas podem e devem ser usadas conjuntamente pelo sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) da edificação, nas condições especificadas naquela norma.

Um aspecto que deve ser esclarecido é que na seção 6.4 da norma NBR 5410, a única referência à resistência de aterramento é no item 6.4.1.1.7 que é mais um lembrete ou alerta que prescrição propriamente dita, quando determina que se deve atentar para que alterações nas condições do solo (por exemplo, ressecamento) e eventuais efeitos da corrosão não possam elevar a resistência de aterramento a valores incompatíveis com a proteção contra choques elétricos (caso de esquemas TT e de esquemas IT comparáveis ao esquema TT na situação de dupla falta). Note que para o esquema TN a norma não apresenta nenhum alerta e em nenhum outro local apresenta qualquer referência de valor. Não há na norma uma exigência geral de que um eletrodo de aterramento deve ter um determinado valor máximo de resistência de aterramento (frequentemente usado 5 ohms ou 10 ohms).

Entre as opções apresentadas, a preferencial é o uso das próprias armaduras do concreto das fundações. Neste caso podem-se usar as próprias armaduras embutidas no concreto das fundações (armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e vigas baldrames). De acordo com o item 6.4.1.1.9 da norma as interligações naturalmente existentes entre estes elementos são suficientes para se obter um eletrodo de aterramento com características elétricas adequadas, sendo dispensável qualquer medida suplementar.

Quando se usa fundações em alvenaria (onde não há concreto e aço nas fundações) a infraestrutura de aterramento pode ser constituída por fita, barra ou cabo de aço galvanizado imerso no concreto das fundações, formando um anel em todo o perímetro da edificação. Neste caso a fita, barra ou cabo deve ser envolvido por uma camada de concreto de no mínimo 5 cm de espessura, a uma profundidade de no mínimo 0,5 m.
Vale a pena reforçar que a norma explicitou e definiu na edição de 2004 que a solução preferencial é o uso das fundações como eletrodo de aterramento, portanto só se podem usar outras soluções, inclusive um anel metálico enterrado circundando o perímetro da edificação, quando não for possível usar a solução preferencial.

FONTE: VOLTIMUM

domingo, 23 de setembro de 2012

Minha Casa, Minha Vida: programa poderá ter energia fotovoltaica

Ministério das Cidades avaliará inserção de sistemas nas residências sem custos para os moradores
12-set-2012

O Ministério das Cidades irá avaliar a possibilidade de instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica dentro dos empreendimentos e residências do Programa Minha Casa, Minha Vida. A análise leva em consideração que o programa, em sua normatização, possibilita o uso de energia solar no aquecimento de água. A recomendação foi publicada pelo Conselho das Cidades no Diário Oficial da União desta terça-feira (11/9).

Segundo a publicação, as instalações devem ser conectadas ao sistema de abastecimento de energia elétrica alternativa ou complementarmente, ao sistema de aquecimento solar. A publicação considera que em muitos municípios brasileiros a temperatura média é alta, com incidência solar significativamente elevada e com alto rendimento fotovoltaico.

Além disso, o ministério expõe que o custo da energia elétrica pago pelos beneficiários incide de forma expressiva em seus gastos fixos e que a adoção do sistema de energia solar fotovoltaica poderá diminuir significativamente estes custos.

Fonte: Jornal da Energia

SÃO PAULO TEM POTENCIAL EÓLICO DE UMA BELO MONTE, ADIANTA SUBSECRETÁRIO

Atlas Eólico Paulista está pronto e aguarda agenda do governador para ser divulgado ao público

Desde 2008, quando a Secretária de Energia do Estado de São Paulo contratou um consórcio para estudar os ventos paulistas e preparar um atlas eólico, esse documento tem sido bastante esperado pelo mercado. Hoje, o levantamento está totalmente pronto e se tornará público ainda neste mês.
 
"A versão final do documento está na minha mesa, aguardando apenas uma agenda do governador Geraldo Alckmin para ser divulgado. Mas nesse mês ele precisa ser apresentado", garantiu o subsecretário de Energias Renováveis do Estado, Marco Antonio Mroz, que falou com exclusividade ao Jornal da Energia após participar da cerimônia de abertura de eventos de energia solar que acontecem no Memorial da América Latina até o próximo dia 21.
 
Embora tenha evitado dar muitos detalhes, Mroz adiantou que o Atlas vai mostrar que o Estado paulista tem potencial eólico equivalente a "uma Belo Monte". A mega hidrelétrica do Xingu, que está sendo construída no Pará, terá uma potência instalada de 11.233MW.
 
Em julho deste ano, o Secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, já havia dito que os estudos de vento feitos para a elaboração do atlas trariam bons resultados, "colocando a região no mapa dos investidores eólicos".
 
Cabe lembrar que o Estado ainda não foi alvo de nenhum empreendimento da fonte; ao passo que regiões como Nordeste e Sul têm cada vez mais parques sendo construídos, o que significa desenvolvimento econômico e receitas para os governos.
 
As medições para elaboração do atlas paulista foram feitas por mais de um ano, a partir de 2011, em sete pontos diferentes de São Paulo: Altinópolis, Avaré, Buritizal, Catanduva, Echaporã, Dois Córregos, São Roque, além da Serra do Mar.
 
Foram responsáveis pelos estudos as empresas Bioenergy e Proventos. Depois, a consolidação dos dados foi feita nos Estados Unidos, por uma empresa dinamarquesa.

Fonte: Jornal da Energia

domingo, 16 de setembro de 2012

Autogeração de energia solar tem potencial para representar até 15% do consumo de energia domiciliar nacional

O abastecimento residencial a partir da autogeração de energia solar já é uma opção viável no Brasil, de acordo com o presidente da Empresa de Política Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, e tem potencial para representar até 15% consumo de energia domiciliar nacional, mesmo que nenhuma política seja feita para incentivar a fonte.

"Chegamos a este percentual ao analisarmos em que situação seria vantajoso para o consumidor instalar painéis fotovoltaicos em sua casa, levando em consideração o quanto ele paga pela tarifa de energia" , explicou, durante apresentação de estudo sobre a Inserção da Geração Solar na Matriz Energética Brasileira (03/07).

Os cálculos da EPE foram feitos com base na instalação de painéis com 5 KW de potência em casas, que demandam investimentos de R$ 38 mil, e tem custo nivelado de R$ 602/MWh. As simulações mostram, entretanto, que se for desenvolvida uma linha de financiamento especial, o custo nivelado pode cair para R$ 585/MWh e o mercado potencial pode chegar a até 21% do consumo residencial nacional.
 
Se houver isenção fiscal de Imposto de Importação (II) e de PIS/Cofins – as células já não são taxadas em IPI e ICMS – o custo de instalação pode cair para R$ 549/ MWh e o mercado potencial, crescer para 29% do consumo residencial do Brasil.

A última circunstância analisada pela empresa de pesquisa foi se o investimento em geração solar pudesse ser deduzido do Imposto de Renda, solução já desenvolvida nos Estados Unidos. Nesta linha, o abatimento ocorreria nos dois primeiros anos de investimento, de 15% em cada ano, e o custo nivelado sofreria redução para 465 R$/MWh. Nesse caso, o mercado seria bem maior, de 69% do consumo residencial nacional podendo aderir à geração distribuída.
 
Caso os incentivos sejam feitos todos à mesma época, o efeito cumulativo reduziria os custos da energia solar para R$ 409/MWh, e tornaria a fonte viável para 98% do consumo residencial do país. "Neste sentido há duas possibilidades: ou o consumidor espera o preço das células fotovoltaicas caírem, ou essas medidas poderiam reduzir o custo de implementação", explicou Tolmasquim, reforçando que mesmo sem o estímulo governamental, a geração distribuída a partir da energia solar já é viável.
 
Solar em leilões
O presidente da EPE reforçou que os resultados apresentados não se traduzem em uma nova política governamental, mas são instrumentos para que se comece a discutir a fonte. A análise foi entregue ao ministério de Minas e Energia (MME) em maio, e apresentada à pasta há duas semanas. "O governo ficou de analisar. Este ano não dá para fazer alterações, pois os leilões já estão marcados e empresas cadastradas, é uma discussão mais para o ano que vem", adiantou.
 
A energia solar ainda não se mostrou competitiva para geração centralizada, uma vez que os preços praticados nos leilões estão bem inferiores aos custos de desenvolvimento de uma usina solar. Tolmasquim, entretanto, se mostrou favorável à inserção da fonte nas concorrências, até como forma de teste para se medir quantas empresas se cadastrariam, o potencial de oferta, estratégias de combinação com outras fontes (como a eólica), entre outras questões.

Sobre empresas que já estudam projetos solares, ou a utilização de painéis fotovoltaicos em torres eólicas, o presidente afirmou que são mais por efeito demonstrativo do que por questões econômicas. "A empresa elétrica que desenvolve energia solar hoje o faz mais por uma questão tecnológica e industrial, para desenvolver as células e gerar escala, mas isso tem que ser feito em pequena escala para não onerar o consumidor", acrescentou Tolmasquim.

Fonte: EPE

sábado, 15 de setembro de 2012

ARANATECH começa a fornecer sistemas de geração de energia elétrica fotovoltaica

A ARANATECH, em parceria com a BLUE-SOL de Ribeirão Preto-SP, começa, a partir de outubro deste ano, a desenvolver projetos e implementar sistemas de geração de energia elétrica fotovoltaica para uso residencial, comercial e industrial. Os sistemas serão para microgeradores (até 100 kW instalado) e minigeradores (até 1MW instalado). 

As opções serão as mais variadas, todas elas com retorno sobre investimento bastante atrativos. A energia elétrica poderá ser até gerada pelo ponto consumidor e "vendida" para a concessionária local, na forma de compensação entre o consumido e o gerado.  "Trata-se de uma energia limpa, renovável e barata, se pensarmos no intervalo de tempo que teremos para sua manutenção", explica o engenheiro Edgar Arana, 49, diretor técnico da ARANATECH Engenharia de Energia, de São Carlos-SP . A grande vantagem deste sistema é que ele, numa área com sol, começa a gerar energia instantaneamente, de forma compartilhada com a rede de energia local ou de forma autônoma.

"Imagine se você tem um ponto de consumo de eletricidade, uma bomba dágua por exemplo, afastado consideravelmente de qualquer ponto de fornecimento de energia elétrica. O sistema fotovoltaico permitirá atender esta demanda por energia de forma autônoma, mais barata e sem depender dos custos para fazer chegar a eletricidade até o ponto, pois ele poderá ser instalado muito próximo do local de consumo.", acrescenta Edgar Arana. Na maneira convencional talvez este ponto nem tenha condições de ser alimentado pela rede da concessionária, devido aos elevados custos de se fazer chegar energia até la. "Se o ponto for alimentado por gerador diesel, as vantagens serão maiores ainda", emenda.


A geração distribuida, como ela é entendida pelos órgãos oficiais, que compreende qualquer forma de geração de energia elétrica individual e que esteja conectada a rede convencional, já possui regulamentação pela ANEEL (Resolução 482 de 17 de abril de 2012). Tal resolução estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e trata também do sistema de compensação de energia elétrica.

Para mais informações, entre em contato com a ARANATECH através do site www.aranatech.com.br

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BNDES se prepara para a energia solar

Com a recente aprovação da regulamentação para a microgeração de energia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) está atento ao momento em que terá que começar a financiar projetos fotovoltaicos no País. 

“Estamos nos preparando, pois a tendência é de que comece a se ter algo no setor de solar”, comentou a chefe do departamento de Energia Elétrica do banco de fomento, Márcia Souza Leal, após participar do Energy Summit, no Rio de Janeiro.


Sem precisar se o crédito para o setor de energia fotovoltaica pode acontecer a curto ou médio prazo, a executiva contou que o BNDES tem se reunido com empresas do segmento. “Esses encontros já acontecem, mas o momento em que isso vai acontecer depende da estratégia que for alinhada junto ao Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE)”, explicou Márcia, ao ressaltar que a decisão de fomentar o setor não depende só do BNDES.

A executiva ainda acrescentou que a atuação no banco no setor seguirá a mesma trilha do que ocorre com outras fontes renováveis. “Precisamos estruturar uma cadeia de fornecedores, sempre focados na preocupação em estimular a implantação de uma indústria nacional”, disse.

Cooperação com Alemanha
Durante uma apresentação para executivos do setor a gerente de projetos de energia e desenvolvimento econômico do KFW Bankengruppe, Tabea Von Frieling de Valencia, adiantou que o banco de fomento alemão vem trabalhando em cooperação com o BNDES.
“Temos em preparação um plano de cooperação financeira, junto com o BNDES, voltado a projetos fotovoltaicos conectados conectados à rede”, revelou a executiva, sem dar maiores detalhes.

Fonte: Jornal de Energia

ANEEL aprova regras para facilitar a geração de energia nas unidades consumidoras

Geração    A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou em 17/04 de 2012 regras destinadas a reduzir barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100 KW de potência, e a minigeração, de 100 KW a 1 MW. A norma cria o Sistema de Compensação de Energia, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. A regra é válida para geradores que utilizem fontes incentivadas de energia (hídrica, solar, biomassa, eólicae cogeração qualificada).

   Pelo sistema, a unidade geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido será injetado no sistema da distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subsequentes. Os créditos poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses e as informações estarão na fatura do consumidor, a fim de que ele saiba o saldo de energia e tenha o controle sobre a sua fatura.

   Os órgãos públicos e as empresas com filiais que optarem por participar do sistema de compensação também poderão utilizar o excedente produzido em uma de suas instalações para reduzir a fatura de outra unidade.

Medição 

   O consumidor que instalar micro ou minigeração distribuída será responsável inicialmente pelos custos de adequação do sistema de medição necessário para implantar o sistema de compensação. Após a adaptação, a própria distribuidora será responsável pela manutenção, incluindo os custos de eventual substituição.

   Além disso, as distribuidoras terão até 240 dias após a publicação da resolução para elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso desses pequenos geradores, tendo como referência a regulamentação vigente, as normas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais.

Vantagens 

   A geração de energia elétrica próxima ao local de consumo ou na própria instalação consumidora, chamada de “geração distribuída”, pode trazer uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, como, por exemplo, economia dos investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da qualidade do serviço de energia elétrica.

   Como a regra é direcionada a geradores que utilizam fontes renováveis de energia, a agência espera oferecer melhores condições para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico brasileiro, com aproveitamento adequado dos recursos naturais e utilização eficiente das redes elétricas.

   O assunto foi amplamente discutido com a sociedade em uma consulta e uma audiência pública. A audiência ficou aberta no período de 08/08/2011 a 14/10/2011 e, ao todo, foram recebidas 403 contribuições de agentes do setor, universidades, fabricantes, associações, consultores, estudantes e políticos.

Descontos da TUSD e TUST 

   Paralelamente ao sistema de compensação de energia, a ANEEL aprovou novas regras para descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD e na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão – TUST para usinas maiores (de até 30 MW) que utilizarem fonte solar: 
 
  • Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial até 31 de dezembro de 2017, o desconto de 80% será aplicável nos 10 primeiros anos de operação da usina
  • O desconto será reduzido para 50% após o décimo ano de operação da usina
  • Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial após 31 de dezembro de 2017, mantém-se o desconto de 50% nas tarifas
Fonte: ANEEL

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eficiência energética entra na agenda dos executivos

No Brasil, 89% dos entrevistados consideram importante gerenciar o custo de energia nas edificações.

O debate e ações voltados à eficiência energética começam a ganhar peso entre os executivos mundiais, revela a pesquisa Energy Efficiency Indicator (EEI) do Institute for Building Efficiency, da Johnson Controls, líder global no fornecimento de soluções de eficiência energética e sustentabilidade para edifícios e instalações ao redor do mundo.

De acordo com os resultados apurados entre 3.500 proprietários e operadores de edifícios e instalações, incluindo 230 entrevistados do Brasil, 85% afirmaram depender do gerenciamento de energia para atingir a eficiência operacional.
 
Segundo o vice-presidente da companhia, Marcelo Therezo, essa necessidade percebida faz com que as ações tomadas levem à redução de gastos com energia, além de incentivos financeiros. "Por conta disso, a quantidade de executivos interessados por essa frente aumentou 34% nos últimos dois anos", conta, destacando que 40% da energia produzida no mundo é consumida por edifícios, segundo o World Resources Institute.

Contudo, Therezo aponta ainda que o interesse dos executivos visam também a busca da melhoria da imagem pública, além da agregação de valor para seus edifícios e instalações.

Já o presidente da divisão de Building Efficiency da Johnson Controls, Dave Myers, observa que o mantra dos proprietários de edifícios comerciais está sendo alterado. "Antes a preocupação era uma só: localização, localização, localização, entretanto agora está se tornando localização, eficiência, localização".

De acordo com a pesquisa, aproximadamente um terço dos participantes no mundo todo indicaram que as taxas de crédito, incentivos e descontos oferecidos nesse sentido têm um grande impacto no aumento de investimento em eficiência energética. "Isso significa que está sendo reforçado o papel da política do governo nas decisões tomadas pelos proprietários e operadores de edifícios e instalações", aponta Myers, lembrando que, nos Estados Unidos, este fator foi apontado por 42% dos entrevistados.
 
"Por lá há uma luta dos proprietários contra o envelhecimento e a ineficiência dos edifícios", acrescenta. Aproximadamente 75% dos edifícios comerciais nos Estados Unidos têm mais de 20 anos e estão prontos para passar por processos de otimização em relação ao consumo de energia.

Myers revela ainda que os proprietários e operadores estão procurando legisladores para diminuírem os custos de projetos de retrofits focados em energia por meio de iniciativas e incentivos.

"Na Ásia, por exemplo, as normas vigentes para construção e equipamentos também estão ajudando a garantir que os novos edifícios sejam construídos para atingir altos níveis de eficiência energética", conta Myers.

Globalmente, segundo a pesquisa EEI, 96% dos entrevistados implementaram pelo menos uma ação de melhoria com foco em eficiência energética em seus edifícios e instalações. As ações de melhoria apontadas foram destinadas para o sistema de iluminação, equipamentos de aquecimento e ar condicionado e eficiência no uso de água.

Metade dos entrevistados do setor privado usaram as economias provenientes dos upgrades em eficiência energética para reduzir o orçamento da empresa, enquanto 40% reinvestiram o capital economizado em medidas futuras para eficiência.

Brasil 

Quando o foco é apenas o executivo nacional, o resultado também é animador. De acordo com a pesquisa, 89% dos entrevistados consideram extremamente importante gerenciar seu custo de energia. Em 2011, essa percentagem era menor, 73%.

"Temos notado uma consciência mais crítica dos executivos, permitindo a esse avanço", diz Marcelo Therezo.

Apesar do tom de otimismo, os executivos apontam ainda barreiras que acabam travando os investimentos no Brasil, como a falta de liderança, gerência responsável na organização, e atenção dedicada à gestão da eficiência energética.

Quanto as certificações para green building, ou sistemas voluntários de certificação para edifícios, globalmente foram os tópicos mais citados na pesquisa: 44% dos entrevistados estão planejando submeter edifícios e instalações existentes para certificação. No Brasil, essa taxa foi de 43%. Outro dado de destaque foi que 43% dos entrevistados planejam, ainda, submeter novos edifícios e instalações para certificação. No cenário brasileiro, esse dado sobe para 49%.

"Os inquilinos de edifícios comerciais estão dispostos a pagar mais para terem seus escritórios em locais com maior apelo sustentável e que funcionem de forma eficiente em relação ao uso da energia", afirma Dave Myers.

BOA IMAGEM

Interesse em eficiência energética entre os executivos no Brasil:

  • 89% afirmaram que a gestão de energia era muito ou extremamente importante para sua organizações (em comparação com 73% em 2011).
  • 79% disseram que estavam dando mais atenção à energia em 2012 do que em 2011. 
  • 47% dos entrevistados têm investido em eficiência energética desde o ano passado. 
  • 57% dos executivos de empresas planejam aumentar os gastos nos próximos 12 meses. 
  • 49% dos entrevistados planejam bucar a certificação verde em edifícios novos e 43% em prédios existentes. 
  • 73% afirmaram ter notado melhorias na iluminação. 
  • 54% afirmaram ter notado melhorias de eficiência hídrica. 
Fonte: Institute for Building Efficiency da Johnson Controls

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Análise das regiões paulistas está em curso nos Estados Unidos

Os estudos que tem por objetivo mapear o potencial para a geração de energia eólica no estado de São Paulo consideram sete municípios: Altinópolis, Avaré, Buritizal, Catanduva, Echaporã, Dois Córregos e São Roque. As cidades que constam no documento preliminar entregue pelo consórcio Bioventos, responsável pelo levantamento, foram adiantados ao Jornal da Energia pelo governo estadual.
 
O monitoramento das sete torres instaladas foi concluído e os dados agora estão sendo trabalhados nos Estados Unidos, para que o processo seja finalizado em setembro. A escolha dos locais foi definida de acordo com parâmetros como representatividade climática, indicativo de potencial eólico, proximidade com a rede elétrica, facilidade de acesso e área livre de restrições ambientais, explicou a Secretaria de Energia.
 
O consórcio responsável pelo trabalho é formado pelas empresas Bioenergy e Proventos, vencedoras da concorrência pública realizada em 2008, para um  levantamento do “Atlas Eólico do Estado”, pela secretaria. "Estamos otimistas com as perspectivas que podem ser abertas após a finalização desse mapeamento”, comentou o secretario de Energia, José Anibal.

Por Fabíola Binas
Fonte Jornal da Energia

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vantagens e Desvantagens da Energia Eólica

A utilização da energia eólica comporta numerosas vantagens face às energias tradicionais e mesmo em comparação com outros tipos de energias renováveis, em função do seu maior desenvolvimento. As principais vantagens da Energia Eólica são:

Vantagens para a sociedade em geral
- É inesgotável;
- Não emite gases poluentes nem gera resíduos;
- Diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE).

Vantagens para as comunidades onde se inserem os Parques Eólicos
- Os parque eólicos são compatíveis com outros usos e utilizações do terreno como a agricultura e a criação de gado;
- Geração de empregos;
- Geração de investimento em zonas desfavorecidas;
- Benefícios financeiros (para os proprietários das áreas e fazendas).

Vantagens para o estado
- Reduz a dependência energética sobre outras fontes, principalmente de combustíveis fósseis;
- Poupança devido à menor aquisição de direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Kioto;
- Possível contribuição de cota de GEE para outros setores da atividade econômica;
- Melhora a imagem do governo.
- É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energia tradicionais.

Vantagens para os fornecedores e a industria
- Os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só se procede à sua revisão em cada seis meses ou mais.
- Excelente rentabilidade do investimento. Em menos de seis meses, o aerogerador recupera o investimento gasto com a sua manufatura, instalação e manutenção [Fonte: portal Energia].

Principais Desvantagens da energia eólica
- A intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária, tornando difícil a integração da sua produção com a matriz energética;
- Pode ser ultrapassada por outras tecnologias de fontes alternativas como as células de combustível (H2) e biomassa.
- Pode provocar um impacto visual considerável, principalmente para os moradores da região, de forma desfavorável. A instalação dos parques eólicos gera uma grande modificação da paisagem;
- Impacto sobre as aves do local, principalmente pelo choque destas nas pás das hélices.
- Impacto sonoro. O som do vento bate nas pás produzindo um ruído constante (cerca de 43 dB). As habitações mais próximas deverão estar, no mínimo a 200 metros de distância.

Congresso em São Paulo apresenta eficiência energética em processos industriais e edificações

Durante os dias 11 e 12 de julho acontece, em São Paulo, o 9º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética. O evento, voltado para especialistas e executivos de grandes empresas, apresenta as tecnologias e casos de sucesso na aplicação da eficiência energética em processos industriais e edificações.

Nesta edição terão prioridade dois temas centrais: os desdobramentos para o mercado do Plano Nacional de Eficiência Energética, ao mesmo tempo em que serão aprofundados os temas práticos, de natureza tecnológica, úteis para as empresas, que estão enfrentando um choque de competitividade originado da crise dos países desenvolvidos.

Entre os dias 11 e 13 de julho, acontece, em São Paulo, a EnerSolar + Brasil, feira internacional voltada para a indústria fotovoltaica, térmica e de energia solar concentrada no Brasil. O evento promove o desenvolvimento de oportunidades de negócios através da indústria solar do Brasil a da América do Sul, e apresenta empresas nacionais e internacionais comprometidas em contribuir com o rápido crescimento e lucratividade desses mercados.
[Fonte: Canal Energia]

quinta-feira, 15 de março de 2012

Consumidor não sabe tomar a melhor decisão, dizem especialistas em Psicologia Econômica

São Paulo - Se alguém perguntar se você quer viver com ar poluído, sem água limpa e com um solo contaminado, a resposta bem provável será "não". Mas, se disser que, para evitar esse quadro, você terá de tomar as iniciativas x, y e z, as respostas mais prováveis serão: "Ai, que preguiça", ou "Sim, isso é muito importante, mas vou deixar para começar a agir na semana que vem".

Ainda que queira tomar a melhor decisão para si e para a sociedade, o indivíduo perde-se no meio do caminho. Precisa de empurrões, cutucões, estímulos direcionados que o ajudem a fazer a escolha e coloquem a ação em prática - é o que se chama de nudge. Diferentemente do que prega boa parte da indústria - que tende a transferir ao indivíduo a responsabilidade pelos impactos gerados no ambiente - o consumidor não aprende, não gosta de tomar decisões e tende a agir por inércia.

Com base nessas constatações, estudiosos em Psicologia Econômica e Economia Comportamental defendem que o consumidor não pode ser deixado ao léu. Ele acabará não fazendo a escolha mais adequada porque não tem as oportunidades de que precisa, ou feedback, ou o encorajamento necessário para fazer escolhas intertemporais - como abrir mão de uma facilidade individual no presente em troca de um benefício futuro para a coletividade, explica Vera Rita de Mello Ferreira, estudiosa de nudge no Brasil, professora da Fipecafi e autora dos livros "A Cabeça do Investidor" e "Psicologia Econômica".

Um exemplo bem singelo de nudge é a política de doação de órgãos. Se o esquema fosse: todos os que quisessem doar devessem se manifestar para deixar isso claro, a adesão seria muito menor. Pelo sistema vigente - que leva em conta a tendência de o indivíduo agir por inércia - todos são doadores, a não ser que se manifestem ao contrário.

Outro exemplo, no campo econômico, é o investidor combinar com o banco o depósito automático de uma parcela do salário em uma conta de poupança separada. Assim, reduz as chances de gastar o que não queria e sempre adiar o investimento, arrependendo-se depois. Nesse caso, tanto o indivíduo (o poupador) como a economia em geral ganham.

Mas, no campo ambiental, comumente existe um conflito de interesses: muitas vezes o indivíduo precisa se sacrificar (exemplo: deixar de usar a sacolinha) para a coletividade toda ganhar (haver menos resíduos impactando o ambiente). Outra grande dificuldade de se tomar a melhor escolha nessa área é o fato de não haver um deadline, um prazo determinado para a "catástrofe". Como os impactos são diluídos no tempo, a tendência de postergação fala mais alto. Isso ainda se soma a um agravante: não há tantas oportunidades de se aprender por tentativa e erro. Decisões erradas podem comprometer o cenário ambiental para sempre, de modo irreversível.

Essas três situações mostram como políticas de Nudge se tornam ainda mais necessárias no campo ambiental.

No livro "Nudge - O empurrão para a escolha certa", Richard Thaler e Cass Sunstine citam um exemplo simples: na Califórnia, com a crise de energia, puseram um aparelhinho na casa das pessoas que mostra quando você está consumindo abaixo do seu teto: fica uma carinha sorridente verdinha. Quando está chegando perto do teto, fica amarelo e mais sério. Quando ultrapassou, a carinha fica vermelha e faz careta. Somente com essa iniciativa, conseguiram reduzir o consumo em até 40%, porque a energia é invísivel.

"Você quer economizar, mas não sabe se está no limite, se está abaixo dele. Então, fazer coisas que deem oportunidade de ter informações precisas, na hora, ajuda a trazer a escolha intertemporal para o presente. Se não, você fica consumindo agora e só daqui a um mês vem a conta e você se espanta. No dia seguinte, apaga as luzes etc. Mas logo em seguida esquece, porque tem tantas outras coisas do dia a dia para se preocupar", diz Vera Ferreira.

No caso da sacolinha, se houvesse uma alternativa muito prática, Vera acredita que que a adesão ia aumentar. "Que seja um ganchinho no carro para pendurar a sacola. Isso já seria um nudge: algo que ajude as pessoas a lembrar de usar a sacola retornável, porque elas podem estar super bem intencionadas, mas se não tiver alguma coisa ali na mão, não vão fazer. "

Mas, saber que o consumidor não sabe fazer a melhor escolha não acabaria por levar à desmobilização e põe por terra os esforços voltados à educação ambiental e a campanhas de conscientização? Vera defende uma combinação de abordagens, ou seja, combinar a "arquitetura de escolha" com discussões com o próprio público-alvo que vai receber os nudges, para que sejam construídos coletivamente.

"Com toda a facilidade das redes sociais, isso talvez seja mais viável que nunca. E com as pessoas se envolvendo mais nesse processo de elaboração conjunta, talvez isso aumente sua adesão às propostas de mudança também," diz.

Ela lembra que o nudge já existe o tempo todo: publicidade, marketing, políticas publicas e muitos serviços, públicos ou privados, já nos induzem permanentemente - e nem sempre para o bem. "Por exemplo, um serviço de atendimento que deixa o cliente pendurado no telefone é um nudge poderosíssimo... para você nunca mais ligar!"
 
Fonte: Terra Magazine - 13.03.2012