Muito se fala em eficiência energética, sempre confundida com o termo "racionamento de energia". As duas coisas são bem diferentes.
A primeira se refere
à utilização da energia sem desperdício, já a segunda tem apenas uma
explicação: o desligamento de aparelhos para não gastar mais do que o
previsto. E, nos dias atuais, sem que percebam, a eficiência energética
está cada vez mais inserida na vida dos consumidores.
O engenheiro eletricista, especialista em Eficiência Energética na Indústria, Daniel Damin, que faz parte da Sudenge (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná) e inspetor do CREA-PR de Francisco Beltrão, explica que as pessoas, ao adquirirem um eletrodoméstico, podem comparar os produtos pela etiqueta que informa o seu nível de eficiência e seu consumo. “No entanto, as grandes oportunidades ainda se concentram no campo industrial, onde estão instalados os maiores consumidores de energia. Qualquer projeto de economia mostra grandes resultados. Mas a eficiência energética pode também ser utilizada nas residências, em ações simples como substituir as lâmpadas incandescentes por fluorescentes”, aconselha.
Damin destaca que a eficiência energética não condiz somente com energia elétrica, e sim, com todas as formas de energia. “Existe grande correlação entre eficiência energética e energia térmica. Por exemplo, você adquire um equipamento ultramoderno para aquecimento de água, mas a tubulação está deteriorada. Toda a eficiência conseguida no equipamento se perde no caminho”.
Vantagens
O maior benefício do processo é o ganho material sem abrir mão do uso da energia. Na área industrial é onde a vantagem é mais destacada, pois gera resultados positivos, tanto no desenvolvimento do empreendimento como na diferenciação com a concorrência. “Nos grandes projetos os profissionais envolvidos já estão viabilizando o uso de novas tecnologias que propiciam um menor consumo”, destaca o engenheiro.
Damin comenta que ainda não existe uma regulamentação sobre o uso de energia eficiente, mas praticamente todos os fabricantes de equipamentos estão buscando recursos que tornem os seus produtos mais econômicos. “Eu acredito que dentro de pouco tempo o governo deva lançar medidas promovendo somente a utilização de equipamentos eficientes. O governo criou uma regulamentação para melhorar a eficiência dos automóveis, visando equiparar os produtos nacionais dos importados. Então por que não regulamentar os requisitos mínimos de equipamentos elétricos?”, questiona.
Na região
No Sudoeste do Paraná, região onde o profissional atua, Damin ressalta que a procura pela eficiência energética vem aumentando aos poucos, à medida que notícias são divulgadas. O que desanima muitos consumidores é que a tecnologia ainda é um pouco mais cara. “Já temos conseguido utilizar equipamentos eficientes em indústrias da nossa região, principalmente, em novas instalações. Temos casos de instalação de grandes motores que, apesar do investimento inicial na automação do sistema ter sido quatro vezes maior que o investimento sem automação, o retorno dessa diferença ocorreu em apenas 14 meses”.
Para o engenheiro, tudo é apenas uma questão de tempo. Em breve essa tecnologia diminuirá o seu custo inicial e passará a ser produzida em larga escala. “O propósito é utilizar a energia de forma correta, sem desperdícios, sem racionar a sua utilização. Com isso, o consumidor tem economia real”, comenta.
Fonte: Voltimum