quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Aterramento e equipotencialização das instalações elétricas de BT

A edição de 2004 da NBR 5410 apresentou uma novidade no sentido de tornar mais precisa a terminologia no campo do aterramento.

Nas edições anteriores da norma o termo aterramento foi usado com o sentido de equipotencialização, por exemplo, quando se dizia “aterrar um equipamento” se referia ligar o condutor de proteção (fio terra) neste equipamento. O condutor de proteção não está ligado diretamente ao eletrodo de aterramento, mas está ligado no barramento de terra do quadro de distribuição, que por sua vez pode não estar ligado diretamente ao eletrodo de aterramento, mas ao barramento de terra de um quadro intermediário, que por sua vez também pode não estar ligado ao eletrodo de aterramento, mas ao barramento de terra de outro quadro, até que finalmente o barramento de terra de um quadro esteja ligado ao eletrodo de aterramento. O que se tem é uma rede de equipotencialização, aterrada, mas ainda assim uma rede de equipotencialização. A edição de 2004 passou a designar a ligação do condutor de proteção ao equipamento com o termo equipotencialização, deixando o termo aterramento exclusivamente para a ligação ao eletrodo de aterramento, ou seja, a ligação direta à terra de componentes da instalação ou equipamentos.
 
A definição de equipotencialização segundo a NBR 5410 é o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Por extensão, a própria rede de elementos interligados resultante. A equipotencialização pode ser principal ou local (esta ainda pode ser denominada suplementar); diz-se que uma equipotencialização é local quando os elementos interligados estão em uma determinada região (local) da edificação e que uma equipotencialização é principal quando interliga os elementos de toda a edificação.
 
Como a primeira condição para se realizar uma equipotencialização o item 5.1.2.2.3.1 da norma determina que todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. Para que a medida seja eficaz a norma precisa definir a forma de interligação dos condutores de proteção, então os item seguintes determinam que em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal e tantas equipotencializações locais (ou suplementares) quantas forem necessárias. Veja que a norma determina a obrigação da equipotencialização principal, mas existência da equipotencialização local não está definida nos critérios gerais, mas no capítulo 9 da norma, e nos demais casos, fica a critério do projetista. Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar vinculadas (via condutor de proteção) à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de equipotencializações locais que se façam necessárias, pela exigência do capítulo 9 ou por decisão do projetista.
 
 
 
 
A figura acima representa uma equipotencialização no interior de uma edificação, com os seus principais componentes:
  • o eletrodo de aterramento,
  • o condutor de aterramento (1),
  • o barramento de equipotencialização principal – BEP,
  • as ligações equipotenciais (2),
  • as ligações equipotenciais locais (5)
  • o condutor de proteção principal (3),
  • os condutores de proteção dos circuitos(4)
  • os barramentos de equipotencialização local (b)
  • os elementos condutores estranhos a instalação (c)
  • o terminal de aterramento de telecomunicações - TAT.
 O objetivo da equipotencialização da NBR 5410 é obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados, no caso da figura acima a edificação é de uso normal; quando a edificação tiver equipamento com tecnologia de informação pode ser necessária uma rede de equipotencialização mais elaborada.
 
FONTE: VOLTIMUM

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